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ÍNDICE TEMÁTICO 
68
Diálogos, debates e interseções
ano XXXIV - Junho 2022
175 páginas
  



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EDITORIAL  
TEXTOS  
Neste artigo, o autor se dedica a abarcar uma das principais problemáticas da análise de controle (supervisão). A análise de controle serve tanto para a elucidação das problemáticas transferenciais-contratransferenciais presentes no tratamento quanto para possibilitar que se mantenha viva a enigmática questão que o/a analista em devir encontrou por ocasião de sua análise e que fez dele/a um/a analista. No melhor dos casos, pode permitir que o/a analista que com isso se confronta se posicione numa relação com seu grupo ou escola que seja menos “institucional” (submissão ao supereu institucional) e mais “insistucional” (insistência, na presença de “alguns outros”, do desejo de que se autorizou para passar da posição de analisando/a para a de analista) e lhe possibilite permanecer analista de sessão em sessão.
ABSTRACT
This article addresses one of the key stakes of control analysis. Control analysis is at least as important in elucidating the stakes of transference and counter-trans- ference as it is in the possibility of maintaining alive the enigmatic question that the trainee analyst encountered during his/her own analysis and which has made of them an analyst. In the best scenario, this question enables the analyst who chooses to address it to position themself in relation to their group or school in a manner which is less ‘institution-al’ (submission to the institutional superego) than ‘insistutional’ (insisting, in the presence of a handful of others, on the desire which has authorised the passage from the position of analysand to that of analyst) and which allows them to remain an analyst session after ses-sion, time after time.
 
Modernidade e modernismo, no contexto da segunda revolução industrial, trouxeram para o centro da cena crises e conflitos, à proporção de rupturas. Freud fala do mal-estar das fronteiras alteritárias. No Brasil, movimentos de pretensa unicidade ocorreram à custa de silenciamentos, de exclusão. Desde uma perspectiva barroca esse artigo procura pensar tais conflitos - que chegam a 2022 em sua face mais cruenta - bem como potencialidades de um país multivocal
ABSTRACT
Modernity and Modernism, in the context of the Second Industrial Revolution, brought crises and conflicts to the center of the scene, in proportion to ruptures. Freud speaks of the malaise of alteritarian borders. In Brazil movements of so-called unicity occurred at the cost of silencings, of exclusion. From a baroque perspective, this article seeks to think about such conflicts - which reach 2022 in its cruelest face - as well as potentialities of a multivocal country.
 
Propõe-se um diálogo entre a psicanálise, os estudos de gênero e as teorias queer, destacando as contribuições destes últimos para a reatualização do pensamento psicanalítico sobre a sexualidade. Sua crítica principal reside no fato de a psicanálise abraçar a divisão masculino/feminino como as duas únicas formas possíveis de experenciar o sexo. Examinam-se as tentativas de superar esse binarismo em Lacan, Winnicott e Ferenczi para, finalmente, realçar o que a psicanálise tem a dizer sobre as questões de gênero de nossa atualidade.
ABSTRACT
The paper proposes a dialogue between psychoanalysis, gender studies and queer theories, highlighting its contributions to the re-actualization of psychoanalytic perspectives on sexuality. Its main critique lies in the fact that psychoanalysis embraces the male/female division as the only two possible ways of experiencing sex. Attempts to overcome this binarism in Lacan, Winnicott, and Ferenczi are examined to finally highlight what psychoanalysis has to say about the gender troubles of our time.
 
Na era das faloplastias, coquetéis de hormônios e próteses de silicone, torna-se atual a nota de Freud, numa de suas Contribuições à psicologia do amor, sobre a anatomia como destino. De fato, se a equação freudiana reconhece a força da natureza, que nos faz nascer homem, mulher ou, havendo erro genético, hermafrodita, para então sonhar uma personalidade psíquica, sem que o falo seja privilégio do masculino, nem a falta do feminino, cabe repensar a frase que os ativismos transexuais passaram a formular, como inocentemente: “Eu nasci assim”. A fórmula reverte o construído em falsa naturalidade. Trata-se aqui de ressaltar que tais procedimentos, atravessados por tecnologias fármaco-médicas, alinham-se a certas filosofias pós, erguidas contra a metafísica da natureza, que ao mesmo tempo repelem o tecnogênero mas integram o farmacopoder. Enquanto teorias de gênero, talvez mais sutis, assinalam que nascemos homem ou mulher e só então nos tornamos tais, ou não. “Nascemos mulher, mas eu me torno mulher”: assim, enquanto psicanalista, Julia Kristeva repõe a complicação beauvoiriana.
ABSTRACT
In the era of phalloplasties, hormone cocktails and silicone prostheses, Freud's note, in one of his Contributions to the Psychology of Love, about anatomy as destiny becomes current. In fact, if the Freudian equation recognizes the force of nature, which makes us born male, female or, if there is a genetic error, a hermaphrodite, in order to dream of a psychic personality, without the phallus being a male privilege, or the lack of a female, it is worth rethinking the phrase that transsexual activism began to formulate, as if innocently: “I was born this way”. The formula reverses the built into false naturalness. It is a matter of emphasizing here that such procedures, crossed by pharmaco-medical technologies, are aligned with the disarming of the pathological categorization of clinical-therapeutic devices by certain post philosophies, turned against the old topics of return to the Self and design of nature of Metaphysics. While perhaps more subtle gender theories point out that we are born male or female and only then do we become such, or not. “We are born a woman but I become a woman”: thus, as a psychoanalyst, Julia Kristeva restores the Beauvoirian complication.
 
A concepção de Winnicott de fantasia e sua relação com o trabalho de elaboração imaginativa, inicialmente das funções corporais e posteriormente de outras experiências encarnadas ao longo de toda a vida, nos auxilia na compreensão da constituição do psiquismo a partir da relação com o objeto subjetivo em direção às relações objetais. Nesse contexto, a elaboração imaginativa das funções corporais é considerada um recurso da natureza humana responsável por esculpir a área do informe na qual a criança está imersa inaugurando o esboço de uma narratividade futura
ABSTRACT
Winnicott's concept of fantasy and its relation to the work of imaginative elaboration, initially of bodily functions and later of other experiences embodied throughout life, helps us to understand the constitution of the psyche from the relation with the subjective object towards the objective relations. In this context, the imaginative elaboration of bodily functions is considered a resource of human nature responsible for sculpting the area of the report in which the child is immersed inaugurating the sketch of a future narrativity.
 
A concepção de Winnicott de fantasia e sua relação com o trabalho de elaboração imaginativa, inicialmente das funções corporais e posteriormente de outras experiências encarnadas ao longo de toda a vida, nos auxilia na compreensão da constituição do psiquismo a partir da relação com o objeto subjetivo em direção às relações objetais. Nesse contexto, a elaboração imaginativa das funções corporais é considerada um recurso da natureza humana responsável por esculpir a área do informe na qual a criança está imersa inaugurando o esboço de uma narratividade futura
 
Resumo Este artigo é resultado do comentário ao artigo de Marcia Bozon, “A noção de elaboração imaginativa e a concepção
de fantasia na obra de Winnicott”. Aborda a questão da memória corporal e a ideia de que a mente é fluida e adaptável,
encorpada mas não encapsulada no cérebro. A memória que se constitui a partir do nascimento envolve a elaboração
imaginativa do corpo e a constituição da fantasia que nos acompanha a vida toda. O artigo faz uma ponte entre o conceito
de destrutividade em Winnicott e em Sabina Spielrein, em ambos a serviço da transformação, como qualidade do vivo e do
vital. Porque a ordem vital é assim, o amor é um valor acompanhado da função destrutiva inconsciente sem ser ameaça.
Após expor as teorias de Spielrein sobre o surgimento da linguagem proponho que a elaboração imaginativa é uma proto
linguagem e um proto pensamento. Argumento com os achados de Spielrein sobre o nascimento do pensamento que
antecedem o pensamento inovador winnicotiano sobre a mente e o psicossoma. Para Winnicott e para Sabina a criatividade
é primária. Teço considerações sobre a atualidade do trabalho de Winnicott e de Sabina Spielrein sobre a importância da
elaboração imaginativa do corpo e do cinestésico-visual e da função de ensinar as crianças a ver.
 
 


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