A hipótese lacaniana consiste em que a linguagem tem efeitos de inconsciente. Aqui, a autora argumenta que desta premissa se segue todo o pensamento do psicanalista francês.

Depois de Freud, o movimento psicanalítico especializou-se na clínica. Sua crise guarda certa analogia com a crise do verso clássico, que deu azo ao poema Mallarmé "Un coup de dés.."

Das várias modalidades de relação analista-analisando, somente algumas podem ser caracterizadas como transferência. Estas diversas modalidades de vinculação podem ser relacionadas aos traços predominantes da subjetividade contemporânea.

As patologias contemporâneas desafiam os limites do dispositivo analítico, interrogando-nos sobre o objeto que se instala como repetição na transferência e testando a eficácia da palavra e da intervenção do analista.

No momento atual, e mantendo-se fiel ao método e aos princípios éticos que o norteiam, o objetivo básico da intervenção analítica não será o de legislar sobre um gozo que resiste à castração?

As percepções e sensações corporais que afetam o analista fazem parte do material do qual ele se serve para apreender o que se passa com o analisando, e alimentam suas construções e interpretações.

Se tomarmos o princípio da alteridade como constitutivo do corpo, podemos demonstrar que a teoria freudiana permite abordar tanto um "corpo da representação" como um "corpo do transbordamento": o impossível de ser representado.

Este caso clínico destaca uma experiência contratransferencial com um analisando que está em momento regressivo: considera também a questão da temporalidade, relacionada à regressão e às idéias de Winnicott.

Atento às metáforas arqueológicas caras a Freud, o psicanalista pode servir-se do brincar como possibilitador do recalcamento. Isto permitirá a certas crianças estruturarem um inconsciente e uma neurose.

De Freud a Melanie Klein e Winnicott, o conceito de dissociação é aqui examinado para compreender a concepção de Massud Khan a respeito da perversão: pois seu trabalho traz incidências clínicas bastante sugestivas.

O conceito balintiano de regressão permite repensar a relação transferencial, e a positividade da experiência que ele denota está na base da noção de novo começo.

Joel Birman demonstra habitar de modo tranquilo o paradoxo que ele faz emergir, após múltiplas viagens pelos campos da psicanálise, da pulsão e do inconsciente desde seus confins: por mais que se procure, não existe um pai que vá costurar o hiato permanente entre mundo simbólico e sublimatório e a pressão sempre renovada da força erótico-pulsional..

Vem de longe o interesse de Freud pela possibilidade de aplicar a psicanálise a outras área de conhecimento..

Resenha de Do sonho ao trauma" - Décio Gurfinkel. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2001. 293 p.

Resenha de "Piera Aulagnier - uma contribuição contemporânea à obra de Freud" - Maria Lucia Vieira Violante. São Paulo, Via Lettera, 2001. 192 p.

Resenha de "Fundamentos de uma clínica freudiana" - Luis Carlos Menezes. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2001. 267 p.

Resenha de "Mal de arquivo - uma impressão freudiana" - Jacques Derrida. Rio de Janeiro, Relume-Dumará, 2001. 130 p.

Resenha de "O silêncio da Acrópole - Freud e o trágico: uma ficção freudiana" - Gláucia Dunley. Rio de Janeiro, Forense/Fiocruz, 2001. 158 p.

Resenha de "A metáfora paterna na psicanálise e na literatura" - Ana Vicentini de Azevedo. Brasília, Editora da UnB/ São Paulo, Imprensa Oficial do Estado, 2001. 200 p.

Resenha de "Autismo" Ana Elizabeth Cavalcanti e Paulina Rocha. Escuta, 1997. 182 p.

Resenha de "Normopatia: sobreadaptação e pseudonormalidade" - Flávio Carvalho Ferraz. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2002. 148 p.

Resenha de "Fobia" - Aline Camargo Gurfinkel. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2001. 163 p.

Resenha de "Ouvir Wagner - ecos nietzschianos" - Yara Borges Caznók e Alfredo Naffah Neto. São Paulo, Editora Musa, 2000. 148 p.

Resenha de "Depressão, estação psique: refúgio, espera, encontro" - Daniel Delouya. São Paulo, Escuta/Fapesp, 2002. 170 p.