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40
Formas em contradição
ano XXI - junho de 2008
200 páginas
capa: Helena Pessoa
  
 

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Resumo
Na Bahia, em um de seus momentos poéticos, Emilio Rodrigué contou ter ouvido o sussurro de Ondina a lhe dizer fique aqui. Agora, também da terra de todos os santos e de todos os orixás, nossa colaboradora Urania Tourinho traz-nos outra expressão, dizendo que a morte retira "seu corpo de nosso olhar, sua voz de nossa escuta". Agora, relemos páginas de Pierre Fatumbi Verger, reencontrando Oxossi, o filho de Iemanjá de flechada certeira, que poderia ser o orixá de Rodrigué. Seu arquétipo é o das pessoas sempre em movimento, daquelas que são "cheias de iniciativa e sempre em vias de novas descobertas ou de novas atividades" e que "gostam muito de mudar de residência e achar novos meios de existência".


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 EDITORIAL

Editorial

Letter from the editors

Na Bahia, em um de seus momentos poéticos, Emilio Rodrigué contou ter ouvido o sussurro de Ondina a lhe dizer fique aqui. Agora, também da terra de todos os santos e de todos os orixás, nossa colaboradora Urania Tourinho traz-nos outra expressão, dizendo que a morte retira "seu corpo de nosso olhar, sua voz de nossa escuta". Agora, relemos páginas de Pierre Fatumbi Verger, reencontrando Oxossi, o filho de Iemanjá de flechada certeira, que poderia ser o orixá de Rodrigué. Seu arquétipo é o das pessoas sempre em movimento, daquelas que são "cheias de iniciativa e sempre em vias de novas descobertas ou de novas atividades" e que "gostam muito de mudar de residência e achar novos meios de existência".

Não há dúvida de que Rodrigué se mostrou capaz de achar novos meios de existência para o analista e de compreensão da teoria psicanalítica. O encontro com Susanne Langer e com a lógica talvez seja um de seus trajetos mais significativos, incluindo a retomada de questões de linguagem, colocadas sobretudo na parte c do capítulo iv de A Interpretação dos Sonhos. Freud reexamina aí possíveis objeções contra sua tese segundo a qual o sonho renuncia a figurar as relações lógicas, ea oposição entre a lógica aristotélica e uma lógica do inconsciente. Para a autora soteropolitana que citamos, a conquista central de Rodrigué no encontro com a filósofa "foi ter adquirido uma maneira particular de lidar com as palavras e o saber".

A busca de uma lógica afim com a psicanálise continua a estimular a investigação, como verificamos em outro artigo, que incorpora o pensamento de Matte-Blanco. Mostra-nos de que modo, por admitir a contradição, "a lógica inconsciente eleva ao infinito as relações possíveis entre seus objetos".

Entre os recursos formais de que o pensar e a sensibilidade se servem, abrem-se campos de investigação psicanalítica, muitas vezes percorridos a partir de questões da clínica. Tributária desta, a metapsicologia imbrica-se com outra lógica a partir de uma criança autista, de formas inusitadas de relacionamento; com a ética, por meio da escuta dos modos contemporâneos da intolerância, embora talvez nos inspire para reler cartas sobre a tolerância escritas por filósofos; com a estética e teorias da criação artística, por meio da transgressão dos interditos da linguagem por Schreber ou por Joyce. À guisa de apresentação, assim mencionamos aberturas, exemplos, indicamos os férteis percursos de colaboradores deste nosso número.
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Percurso é uma revista semestral de psicanálise, editada em São Paulo pelo Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae desde 1988.
 
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