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Resumo
Resenha de Chaim Katz, Daniel S. Kupermann e Vivian Mosé (orgs.), Beleza, feiura e psicanálise. Rio de Janeiro: Contracapa/ Formação Freudiana, 2004, 158 p.


Autor(es)
Betty Bernardo Fuks
é psicanalista, professora do Mestrado em Psicanálise, Saúde e Sociedade – UVA (RJ), autora de Freud e a judeidade: vocação do exílio (Zahar, 2000) e Freud e a cultura (Zahar, 2003).

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 LEITURA

A psicanálise entre o belo e o feio

[Beleza, feiura e psicanálise]


Psychoanalysis between the beautiful and the ugly
Betty Bernardo Fuks

Ao final da redação de Totem e tabu, Freud se pergunta sobre os modos pelos quais uma he­ rança arcaica, os traços de memória arrastados pelo fluxo caudaloso do tempo e perdido entre as ruínas dos séculos, é transmitida de uma geração a outra. Ao encontrar a resposta em Goethe, "Aquilo que herdaste de teus ancestrais, conquista­o para fazê­lo teu", Freud interpreta o verbo conquistar ao pé da letra: despertado por um acontecimento atual, o legado da geração antecedente sofre um processo de reatualização, isto é, é reescrito e ressignificado pela geração procedente. Sobre a autoridade da literatura, concebe um imprevisível princípio de transmissibilidade que não o da natureza: o princípio de operação recorrente. Trata­se de uma operação de retorno a um ponto de origem que, paradoxalmente, dará origem a outra montagem da nar­ rativa oral, a história que sustenta e leva a termo a transmissão. A ideia de que a transmissão da cultura é efeito de uma temporalidade complexa que envolve a reescrita do passado no presente com vistas ao devir levou Lacan a propor o princípio de operação recorrente à transmissão da psicanálise. Cada analista precisa reinventar, a partir do que conseguiu retirar do fato de ter sido analisando, por algum tempo, o modo pelo qual a psicanálise pode durar.

 

Entretanto, desde Freud, a transmissão da psicanálise jamais ficou restrita às quatro paredes dos  consultórios. Sociedades, Instituições e Escolas se formaram ao longo destes centos e poucos anos da existência do inconsciente freu­ diano. É verdade que algumas delas foram responsáveis por uma série de desvios teóricos que terminaram lançando a psicanálise num tecnicismo ideológico grave que contribuiu para a adaptação da feiticeira - a metapsicologia - à ordem social vigente. Por outro lado, apesar da renovação e recuperação dos conceitos fundamentais da psicanálise que algumas instituições promoveram durante décadas, acabaram perdendo o caráter revolucionário, necessário à transmissão da psicanálise, para se transformarem em grandes organizações de massa, onde o investimento do analista ficava dirigido à sustentação dos interesses da instituição e não aos significantes da psicanálise. Será este o destino final das sociedades de analistas que, submergidas às exigências sociais, tornam­se inimigas do que deveriam proteger?

 

Não é isso que atesta o livro Beleza, feiura e psicanálise organizado por três membros da Formação Freudiana, Chaim Samuel Katz, Da­ niel Kupermann e Viviane Mosé. Por si só o título, tema do 10º. Encontro Anual da Formação Freudiana, ocorrido em 2001, no Rio de Janeiro, por ocasião da comemoração dos dez anos de trabalho, atesta o compromisso e a responsabi­ lidade dos membros dessa instituição na tarefa de transmissão da psicanálise de modo criativo e singular. Trata­se de uma coletânea de textos sob óticas diversas dividido em quatro partes: "Considerações quase inatuais"; "Narcisismo e ideais na contemporaneidade", "Estética da subli­ mação", e, finalmente, "Literatura e psicanálise".

 

Seria difícil resenhar por completo todos os artigos. Por isso vou me valer, sem parcimônias, do recurso de reproduzir alguns pequenos trechos do texto de cada autor. Desnecessário dizer que o equilíbrio entre os escritos, razão pela qual o livro está esgotado e em vias de sair sua segunda edição, talvez contribua para alguma injustiça que eu possa fazer; a qualidade de todos os textos é a excelência.

 

Inaugurando a primeira parte, "Belo e feio, feio e belo: outras indicações", Chaim Katz indica a vantagem do analista em pensar e refletir sobre a feiura no interior da obra freudiana. Dono de invejável erudição, Katz começa levando o leitor a passear pelo universo de Narciso cantado por Ovídio e Heráclito e a rastrear o conceito de narcisismo em Freud, Sadger e outros para fazê­lo refletir sobre a emergência do Belo antes de desdobrar o Feio. Discípulo de Ferenczi, encontra nas afirmações deste analista a relação si­ métrica entre o autoerotismo, estágio da alma humana, e a feiura. No universo da feiura, Katz se vale do pensamento de autores como Foucault e Erasmo, para desvendar o estatuto positivo e positivado desta categoria e propor uma aborda­ gem outra às questões que aparentemente pare­ cem ser contraditórias:

 

Ao considerar Belo e Feio fora de uma oposição ou pensá­los não dialeticamente, ou seja, um elemento sendo a consequência ou contrapartida do outro, talvez possamos aprender algo novo sobre eles (p. 28).

 

Em "Alteridade na Estética: reflexões sobre a feiura", o filósofo Charles Feitosa propõe o feio como o outro do belo. O feio é um conceito sem disciplina própria, desterritorializado da geopolítica filosófica, trata­se de um "sem­terra" da estética, talvez não seja nem mesmo um conceito em si, mas apenas um oco, um vão, um vazio (p. 30).

 

Seguindo as indicações de Nietzsche, para quem a questão do feio necessita da transvaloração dos valores estéticos, o autor denuncia, com palavras contundentes, o fato de que qualquer normati­ zação da beleza e feiura não poderá ocorrer em termos absolutos, sob pena de escamotear a urgência de se reconhecer o feio para aprender a conviver com a diferença.

 

A feiura fascina? Eis o que Daniel Kuperman procura responder pelo avesso, indagan­ do o efeito siderante e imperativo da beleza na atualidade. Para demonstrar que a feiura remete à alegria e ao riso, o autor usa "Os chistes e sua relação com o inconsciente", texto em que se en­ contra a primeira referência à feiura em Freud, como farol para iluminar sua escrita. A comici­ dade se interessa pelo que é feio, pois, quando este é exposto pela luz do dia, torna­se cômico, provoca risos e alegria. E o grotesco? O estudo do "estranho" freudiano aliado à pesquisa sobre o " grotesco" desde a Idade Média autoriza o au­ tor de "A feiura fascina" a enunciar que, se é verdade que, em parte, desaprendemos a rir com manifestações que se opõem à beleza idealizada, a clínica psicanalítica sugere que não desaprendemos  de  todo. O contato com a alegria própria do grotesco, que o discurso sobre a feiura proporciona aos analisandos, indica que ainda é possível a transposições das fronteiras im­ postas ao ego pelo mundo utilitário vigente desde a modernidade (p. 48).

 

Sem dúvidas, o acolhimento da psicanálise ao grotesco e à feiura é uma questão política para os psicanalistas que insistem em escutar a inesgotável melodia pulsional.

 

Terminando a primeira parte, Luiz Felipe Nogueira de Faria, em "A produção da feiu­ ra na clínica psicanalítica: anotações sobre a patologização da vida cotidiana", escolheu as palavras de Clarice Lispector - " O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós" - para introduzir uma articulação precisa entre produção de conceitos do campo da estética e a clínica psicanalítica. É que o poeta, conforme escreveu Freud em Gradiva, adianta e diz melhor o que nós analistas alcançamos dizer sobre a transferência, a duras penas. Uma belíssima introdução no texto de Farias expõe alguns "questionamentos da psicanálise  sobre o seu impacto nas subjetividades", induzindo o leitor a retirar consequências maiores do caráter trangressivo da experiência analítica e, sobretudo, reencontrar sua tragicidade. Na mesma introdução, as indagações em torno "do encontro da psicanálise com outros saberes com os quais estabelece relações próximas dele se diferenciando" (p. 61) terminam conduzindo o autor a enunciar a proposta de que, na clínica, "a produção da feiura, tanto quanto a da beleza, refere­ se essencialmente, à presença do analista como indisponibilidade/disponibilidade para o acom­ panhamento do percurso de se fazer sujeito" (p.61) durante uma análise.

 

Eduardo Leal, em "Para sempre diante de um olhar: sobre os sentidos das modificações corporais", oferece uma visão panorâmica histórica das modificações corporais, a partir da qual destaca três marcas deixadas pelas diferentes modalidades de ação sobre a compreensão que se pode ter da experiência de ter um corpo. A primeira marca diz respeito ao fato de que a "modificação corporal faz aparecer ou reaparecer algo que, na experiência da corporeidade, seria da ordem do estranho" (p. 69); a segunda é que "o corpo é um território"; e a terceira é que "a modificação corporal se constitui a um só tem­ po como afirmação de uma existência singular e marca de pertencimento ao grupo" (p. 70). O denominador comum das três marcas, diz o autor, reside no feito de que"modificações do corpo retomam o olhar como um operador fundamental na relação com o outro, um olhar que traz intensidades, que revela estranhamentos ou acolhimento, recusa e reconhecimento" (p. 70). Daí porque são experiências que se dão no limite da vida e da morte.

 

Aldoux Huxley, em Admirável mundo novo, inspirou as reflexões de Eduardo Pontes Brandão sobre a contemporaneidade. Nosso não mais admirável mundo guarda inúmeras semelhanças com o mundo do escritor, o que confirma a tese de Lacan de que é com o artista que o analista aprende. O mundo de Huxley e o nosso comungam do gozo desenfreado do princípio de entretenimento e do vencer a qualquer custo, mesmo que isso signifique o extermínio do outro. "Sexo e beleza na contemporaneidade" problematiza a concepção de beleza como ideal normativista e demonstra de que modo ao lado da feiura corresponde "na clínica atual a uma corporeidade até então inaudita em que o corpo se torna palco para os mais diversos pactos esté­ ticos que celebram o prazer, a sedução, a criatividade, o humor, o fascínio, o horror e quiçá a beleza (p. 80).

 

"Culto ao corpo na contemporaneidade: prazer ou dever?" - título que por si só mergu­ lha o leitor na problemática do supereu freudiano. A autora com especial acuidade para com os fenômenos e manifestações culturais atuais mostra como o lazer, a diversão e o cuidado com o corpo tornaram­se uma obrigação moral. As aparências enganam, confirma Marta Peres: "Muitas vezes, o narcisismo dessas atividades físicas possui caráter persecutório, de reforço disciplinar, ultrapassando um laisser-aller hedonista" (p. 84). A autora defende, em base ao pensamento crítico de alguns autores importan­ tes, a ideia de que estilos de vida atuais calcados no imperativo de malhação reprimem os gestos mais livres em nossa sociedade urbana contem­ porânea. Nesses tempos de penúria intelectual, quando muitos analistas preconizam o fim do recalque freudiano, um texto como o de Peres recupera o vigor da teoria do conflito entre sujeito e cultura.

 

Pensar os passos da invenção da humanidade implica refletir sobre a perfeição e a imperfeição, o belo, a feiura ou o horror. Estes são, segundo Nízia Villaça, alguns "dos desafios contemporâneos diante dos quais a estratégia mais adequada parece ser o jogo, a abertura, o controle do risco, a composição que integra alterida­ de e semelhança com o outro e com o mundo". "Corpos tecnológicos" traz uma reflexão filosófica contundente a respeito da junção homem e máquina. Partindo de uma panorâmica visi­ ta ao campo da tecnociência, a autora defende a ideia de que a técnica introduziu mudanças tais que determinaram uma nova estética identitária dirigida pela mutação. Do ponto de vista da História da Cultura, isso determinou um giro no olhar da filosofia sobre os processos de subjetivação no contemporâneo. Consequentemente, a articulação entre filosofia e ciência pensada e apresentada por Villaça é de grande valia para os psicanalistas que, na trilha de Freud, determinaram­se a escutar o corpo como "uma superfície que reflete as características peculiares da vida moderna" (p. 100). O texto apresenta, também, uma importante discussão filosófica a respeito do campo artístico e a crise da representação da estética do monstruoso.

 

Os estudos de Gláucia Dunley sobre o pensamento trágico são bastante conhecidos entre nós. Desta vez, em "Uma ficção psicanalítica", a autora alcança realçar a correlação entre sublime, estética e sublimação através do pensamento trágico freudiano. Para tanto concebe, com ousadia, uma ficção que a obriga reunir três modos de pensamento: o poético, o filosófico e o psicanalítico. Com eles procederá à leitura de "Uma perturbação da memória em Acrópolis". Situando Freud para além da posição de Oidipus-Tyran- nos, "possuidor de um saber que lhe permitiu criar a ciência dos sonhos" (p. 105), desenvolve uma ficção perscrutando a sensação de estranheza confessada que tomou conta do criador da ciência dos sonhos em Acrópole. De forma in­ quietante, na medida em que sua escrita provoca no leitor indagações, Dunley evidencia que nessa ocasião Freud teria sido levado a iniciar um tem­ po de luto no qual "foi possível a construção de um saber trágico da psicanálise que encontrará na elaboração da pulsão de morte uma de suas maiores expressões" (p. 105). Por mares bastante navegados - as noções psicanalíticas de desamparo e finitude - a autora sobrepuja o que já foi dito sobre esses temas, extraindo do texto de 1936 um Freud trágico, amante da arte trágica que precedeu a constituição da filosofia.

 

Penso que o núcleo organizador das reflexões freudianas sobre a arte e o belo é o problema da expe
riência estética. Creio que tudo o que Freud chegou a formular sobre arte e beleza se origina em uma preocupação com a experiência psíquico­corporal por elas provocadas, e não em um interesse abstrato pela beleza ou pela arte em si mesma (p. 114).

 

Nesses termos Inês Loureiro introduz o problema complexo e muitas vezes mal delimi­ tado sobre a conexão estabelecida entre o campo da psicanálise e o da estética. Entretanto ela própria consegue fazer de "Sobre as várias noções de estética em Freud" um guia preciso aos que desejam pesquisar a estética psicanalítica. Do livro sobre os chistes, passando pelo céle­ bre O sinistro ao não menos famoso Mal-estar na cultura, a autora delineia, com precisão, três noções de estéticas e distingue dois empregos do adjetivo "estético" na obra freudiana. Ao final do texto ressalta, com muita propriedade, que Freud "sempre advertiu de que o gozo da beleza é imprescindível" (p. 121) ao homem, diluin­ do um pouco a afirmativa corriqueira de alguns analistas de que Freud teria sido um pensador totalmente pessimista.

 

Leila Cunha da Silveira traz as contribuições lacanianas ao conceito de sublimação e ao fenô­ meno do belo na experiência analítica. Numa leitura cuidadosa de A ética da psicanálise, a autora de "O fenômeno do belo e a sublimação" procura rastrear o modo como Lacan demonstrou "que o domínio do belo está na experiência analítica", a partir do emprego da noção filosófica do bem. Se o bem se "relaciona ao desejo apenas quanto à sua estrutura de engodo, sustentada pela fantasia", seria um engano pensar a psicanálise por essa via. Já o belo, "em sua função singular em relação ao de­ sejo, não engana, pois, ao mesmo tempo que abre nossos olhos, acomoda­nos em relação a essa es­ trutura que está ligada ao desejo, à fantasia" (p. 127). Baseada na teoria lacaniana, a autora afiança que numa análise a travessia da fantasia que vai de encontro ao surgimento do real não poderia deixar de ser uma abertura "para que o sujeito possa cingir novas formas mais ‘belas' do [dizer]" (p. 128).


Assim chegamos à última parte do livro, "Literatura e Psicanálise". Os textos "A mais íntima estranheza", de Patrícia Saceanu, e "O Unheimliche freudiano: interfaces entre psicanálise e literatura", de Waleska B. Cheibub, referem­se à especificidade da conexão entre as duas disciplinas à luz da noção freudiana de inquie­ tante estranheza. Saceanu rastreia a noção de angústia tendo como pano de fundo o conto "O Horla" de Maupassant e, em seguida, trabalha o conto de Guimarães Rosa "O espelho", tomando­o como exemplo conclusivo do percurso de uma análise. É digno de nota que a autora, mantendo­se fiel ao dito de Freud de que, diante do artista, o "analista deve depor suas armas", se abstém de psicobiografar a vida do artista ou mesmo de psicanalisar a obra. Seu interesse recai sobre o parentesco entre a psicanálise e o fazer artístico criador.

 

Na  mesma  linha,  Cheibub,  partindo do texto O estranho, examina os argumentos de Freud em relação ao inquietante da psicanálise com o objetivo de fazer visível o modo como as interpretações sobre a alma humana da criação artística permitiram ao mestre de Viena ver, num jogo de espelhos, a própria face da cons­ trução psicanalítica. Retomando o tema mais específico de Beleza e feiura na psicanálise, a autora aborda o mundo do grotesco romântico de Hoffmann, autor do conto que inspirou Freud a escrever Das Unheimliche, texto no qual revela a dupla face da inquietante estranheza: alegria e angústia.

 

Por fim, o texto de Viviane Mosé apresen­ ta uma reflexão filosófica sobre o tema da lite­ ratura em sua relação com o vazio. Partindo da afirmativa de Michel Foucault de que o fim da certeza e da segurança das categorias da razão, desde o século xix, produziu o advento da literatura como fenômeno de linguagem, Mosé sonda, no pensamento de Nietzsche e de Blanchot, do que se trata a literatura, isto é, do que se trata aquilo que "faz falar o que não pode parar de falar". A literatura é "o vazio que circunda cada palavra da obra" (p. 147), o mesmo vazio do branco que permanece na página preenchida pelas letras. A escrita, afirma Freud em Mal­estar na cultura, "é o substituto do corpo materno, a primeiríssima vivenda"; repara uma perda, um feito à alma dada a sua imaturidade que a deixa criança. Qual é a relação da escrita psíquica e da escrita da teoria psicanalítica com o fazer literário? Essa é uma das perguntas que o analista se coloca diante do que apreende em "Literatura e vazio". Para respondê­la deverá se permitir quebrar as certezas do que já sabe, arriscar acolher o outro, enunciar um dizer sobre o dito e, com isso, garantir a transmissão do legado freudiano.


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Percurso é uma revista semestral de psicanálise, editada em São Paulo pelo Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae desde 1988.
 
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