voltar ao sumárioResumo No campo psicanalítico e em sua história, a religião figura sob os mais diversos aspectos. Sobre o monstruoso tema, é desnecessário utilizarmos apenas uma oposição acadêmica de tipo binário, psicanálise/religião, como diria o autor do texto aqui traduzido. voltar ao sumário
| | EDITORIALEditorial - Percurso 43Letter from the editors
No campo psicanalítico e em sua história, a religião figura sob os mais diversos aspectos. Sobre o monstruoso tema, é desnecessário utilizarmos apenas uma oposição acadêmica de tipo binário, psicanálise/religião, como diria o autor do texto aqui traduzido. Neste número de Percurso, uma outra colaboração traz sua entrada para sentidos de religião, associados com a vida e a obra de Jung, que, por sua vez, tem mais de uma referencia no conjunto dos artigos. Personagem inevitável da história da Psicanálise, Jung reaparece também como protagonista de uma história por muito tempo evitada por versões oficiais, a de Sabina Spielrein.
Enunciados de Lacan reverberam na escrita de vários colaboradores, inclusive a menção a seu famoso uso do nó borromeano. Não se trata agora de explica-lo, mas cabe notar que se liga à idéia de que os elos que o constituem deve ser olhados a partir de qualquer ângulo, sem que se estabeleça ordem hierarquia entre eles. Sem dúvida, é usado primeiro na direção de concepção sobre a psicose. Não é o único autor aqui relacionado com visões psicanalíticas de psicose e de estados psicóticos. O âmbito dos sempre discutíveis diagnósticos, já que é o papel da psicanálise discuti-los, integra textos que tratem da clínica, da arte da interpretação, e se abrem para investigações metapsicológicas contemporâneas.
Indagações psicanalíticas sobre o mundo em que vivemos, a cultura do narcisismo, temores relacionados com o poder da tecnologia, mal-estar na cultura atual são feitas também por autores que tratam do fenômeno dos blogues e demais lugares cibernéticos. A possibilidade ou utopia de propiciar expressão a novos navegantes também é considerada.
Ao lado dos riscos do cibermundo, o ensejo propiciado por marcos históricos está presente em artigos e resenhas: cem anos de chegada da peste, cem anos de psicanálise de crianças. Mas o que determina o conjunto de artigos selecionados para um número não temático de Percurso, além da qualidade dos textos, é o acaso. Se, para além disso, existem efeitos de um inconsciente coletivo ou de sincronicidade, é questão que fica para a fantasia, ou para o pensamento noturno dos psicanalistas.
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