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ÍNDICE TEMÁTICO 
42
O erro
ano XXII - junho de 2009
208 páginas
capa: Daniel Pereira Leite Palenewen
  
 

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Resumo
Este número de Percurso é temático. Enviamos uma carta a todos os leitores da revista, convocando-os a escrever a respeito do tema O erro. Para nossa (grata) surpresa, os artigos que foram chegando abordaram o erro nos mais diversos vieses dentro do campo psicanalítico, e dois deles na literatura. Em que medida a noção de erro pode ser assimilada à Psicanálise? O erro é necessário? O erro é estratégico? É errância? Poesia? Vagar? Conceber a utilidade do erro é errar?


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 EDITORIAL

Editorial

Letter from the editors

Este número de Percurso é temático. Enviamos uma carta a todos os leitores da revista, convocando-os a escrever a respeito do tema O erro. Para nossa (grata) surpresa, os artigos que foram chegando abordaram o erro nos mais diversos vieses dentro do campo psicanalítico, e dois deles na literatura. Em que medida a noção de erro pode ser assimilada à Psicanálise? O erro é necessário? O erro é estratégico? É errância? Poesia? Vagar? Conceber a utilidade do erro é errar?

Livre do julgamento de verdadeiro ou falso, o inconsciente psicanalítico da realidade psíquica é o lugar em que a equivocidade dos sentidos revela também sua verdade. O ato falho é um ato de sucesso, como lembra uma autora na afirmação de Lacan. Nele se encontram paciente e analista de frente com o material inconsciente, cujo entendimento, ainda que não aspire à verificação, solicita trabalho de interpretação. Na fala das histéricas, nos sonhos, nos lapsos, é neles que o lixo do pensamento, sobras ou cacos, esses produtos do engano, são reciclados pelo trabalho errante da associação livre e transformados, a partir da escuta criativa, noutras narrativas ficcionais.

Já em relação aos ajustes do método clínico praticados nos espaços de formação, as referências sobre erro e acerto revelam-se ferramentas técnicas necessárias para a afinação da escuta. Como escreve outra autora, um diagnóstico transferencial equivocado leva o analista ao erro no processo de condução de um tratamento. Por outro lado, se é errando que o analista constrói às vezes um diagnóstico transferencial preciso, trata-se de reconhecer que a relação paradoxal entre as noções de erro e acerto supera em psicanálise o sinal, tão bem-vindo no método científico das luzes, de oposição entre elas.

Se este número também se propõe a colocar a questão da verdade, dá margem a que se revisite a problemática da verdadeira (e da falsa) psicanálise. Discussão epistemológica que pode levar a sérios desdobramentos de caráter institucional. Pois a questão da verdade e da mentira, do acerto e do erro, por princípio, deve permanecer sempre em estado de suspensão. Como artista do ouvir, cabe ao analista acolher o extraordinário e o miraculoso que são narrados de forma a permitir a interpretação, o erro, o espanto e a reflexão.

In memoriam


Pouco depois de fecharmos esta edição, chegou-nos a notícia do falecimento de Isaias Melsohn. Que a integridade pessoal e a originalidade do pensamento deste notável psicanalista, que muito contribuiu para a consolidação do Curso de Psicanálise, nos sirva de inspiração e de exemplo.

Aos que desejam conhecer um pouco de sua obra, recomendamos os números 15, 18, 28 e 35 de Percurso, nos quais foram publicados textos acerca dela.

Boa Leitura!

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Percurso é uma revista semestral de psicanálise, editada em São Paulo pelo Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae desde 1988.
 
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