Resumo
Pretende-se através deste artigo analisar criticamente dois diferentes modos de enunciação do problema do racismo no laço social?– falar sobre e falar com?– em suas dimensões psíquica e política, visando pensar possíveis consequências de ambos os modos quando assumidos por nós, psicanalistas, em suas posições discursivas, no exercício de nosso ofício. O trabalho assenta-se em três eixos: a afirmação do racismo como linguagem; a compreensão do racismo como trauma e a discussão das posições do falar sobre e do falar com em alguns de seus efeitos.
Palavras-chave
racismo; linguagem; trauma; psicanálise; letramento racial.
Autor(es)
Tânia Corghi Veríssimo
é psicanalista pelo Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, aspirante a membro deste Departamento e membro do GT A cor do mal-estar: da invisibilidade do trauma ao letramento racial. Psicóloga, mestra pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, membro do grupo de pesquisa
Direitos Humanos, Democracia e Memória do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), membro da Rede de Atendimento Psicanalítico.
Abstract
The aim of this article is to critically analyze two different enunciation’s ways about the racism problem in the social bond?– talking about and talking with?– In their psychic and political dimensions, aiming to think about possible consequences of both ways when it’s assumed by us, psychoanalysts, in our discursive positions, on our work’s exercise. The work is based on three axes: the affirmation of racism as a language; the understanding of racism as trauma and “talking about” and “talking with” position’s discussion in some of its effects.
Keywords
racism; language; trauma; psychoanalysis; racial literacy.