capa: Cristina Maria Cortezzi Reis
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EDITORIAL | | TEXTOS | Houve ou não houve incesto entre os irmãos? Ambíguo, suntuoso, enigmático, o filme de Visconti mostra como o passado continua a pesar sobre o presente, e coloca ao psicanalista a questão das conseqüências psíquicas de um amor proibido. Recorrendo a conceitos da segunda tópica freudiana, o autor levanta algumas hipóteses psico-historiográficas sobre a natureza do Estado autoritário brasileiro (1964-1985), e sobre as diferentes formas de violência por ele engendradas. De todas as obras literárias mencionadas por Freud, as peças de Shakespeare foram as mais reverenciadas por ele. Em especial, Hamlet é citada mais de vinte vezes. O que Freud via de tão estimulante no drama do príncipe dinamarquês? É Beckett quem começa: “É o fim que é o pior, não, é o começo que é o pior, depois é o meio, mas depois no fim é o fim que é o pior, esta voz que, é cada instante que é o pior”. O Witz serviu como modelo privilegiado para justificar a “regra fundamental” da psicanálise, e tal fato explica por si mesmo as motivações que conduziram Freud a mergulhar nesta pesquisa tão documentada quanto minuciosa. A escuta musical é um paradigma possível para a escuta psicanalítica. Aqui, a análise de uma ária de Carmen, de Bizet, é contraposta a uma vinheta clínica, onde uma paciente vivia, de forma regressiva, o que Winnicott denominava relação de uso de objeto. | |
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