Vermelho no verde Óleo sobre tela.
capa: Óleo e cera sobre tela.
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EDITORIAL | | TEXTOS | A trajetória de EmÃlio Rodrigué resume cinquenta anos da história da psicanálise. Refletindo sobre sua formação, ele nos mostra como vida e trabalho se entrelaçam. Falando da formação existente na França, este artigo de 1979 problematiza de modo bastante atual as questões que nos interrogam. Deixamos de lado os aspectos históricos, em prol da problemática mais geral. A função psicanalÃtica não é privilégio da Psicanálise, embora somente com esta tenha atingido sua plena expressão. Através das figuras do Adepto, do Rebelde e do Aprendiz, será que ela permanece igual a si mesma? É possÃvel estar em formação com um autor com quem temos contato apenas pelos seus escritos? Neste artigo, o leitor verá uma resposta argumentada, audaciosa - e afirmativa. Através do exame de textos escritos em momentos e lugares diferentes, este artigo questiona a "crise" da psicanálise e os conflitos institucionais implicados no processo de formação. Este artigo, escrito no inÃcio de 1994, reflete sobre as diferentes modalidades de currÃculo adotadas por nosso curso. É importante saber de onde viemos e onde estamos.. Quantas vezes, em nosso curso, não lemos Laplanche nas entrelinhas de Freud! Vale a pena explicitar as opções teóricas latentes em muitos seminários e supervisões. Até onde o conhecimento teórico contribui para a formação de um psicanalista? As teorias ajudam a ver, mas também funcionam como obstáculo ao conhecimento. Charcot "La théorie, c'est bon, mais ça n'empêche pas d'exister". Por que os psicanalistas desejam tanto estudar filosofia, ou teoria freudiana, com um filósofo? E que lugar ocupariam estes estudos em sua formação? Como uma estudante de filosofia se converte em psicanalista? Que obstáculos especÃficos têm de ser vencidos neste caso? Aqui, o relato de um trajeto singular. O sonho é a "via real" para o inconsciente, dizia Freud. O desejo de ser analista também tem raÃzes no inconsciente infantil, como mostra este sonho, no qual o dom se transforma em crédito. A adesão a um grupo sectário é fatal para a constituição de um pensamento analÃtico, por mais criativo e original que seja o lÃder deste grupo. Com sua franqueza habitual, Winnicott toca aqui este ponto nevrálgico. PERCURSO solicitou a um analista kleiniano que comentasse, do seu ponto de vista, as observações da carta de Winnicptt. Meyer disseca o texto e, no final, propõe uma interpretação kleiniana para a distorção ali assinalada. O que diria um analista lacaniano sobre o fracasso da formação? A resposta vai num sentido semelhante ao indicado por Winnicott e por Meyer: fracasso aqui significa não aceder a um estilo singular, e permanecer atado aos ideais do mestre. A formação contém várias dimensões: a pesquisa é certamente uma delas, especialmente quando feita com material clÃnico. Este relativiza a teorização à qual dá origem, e que confere a ele sua inteligibilidade. O trabalho do analista pode ser considerado parte de sua formação? Sim, se for encarado como um desafio à sua criatividade e à sua responsabilidade, e isto tanto no consultório quanto fora dele. | |
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ENTREVISTA | | LEITURAS | Resenha de "A palavra In-sensata" - Eliane Fonseca. São Paulo, Escuta, 1993. 136 p. Resenha de "A eternidade da maçã" - Flávio Carvalho Ferraz. São Paulo, Escuta, 1994. 141p. Resenha de "Da paixão do ser à 'loucura’ de saber: Freud, os anglo-saxões e Lacan" - Maud Mannoni. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1989. 214p. Resenha de "Un encantamiento que se rompe: cuestionamento del hechizo psicoanalÃtico" - Serge Leclaire. Barcelona, Gedisa, 1983. 237 p. Resenha de "Contra-transferência: a questão fundamental do psicanalista" - Suzana Alvez Viana. São Paulo, Escuta, 1993. 185 p. | |
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