EDIÇÃO

 

TÍTULO DE ARTIGO


 

AUTOR


ÍNDICE TEMÁTICO 
67
Entre Morfeu e Tânatos
ano XXXIV - Dezembro 2021
184 páginas
capa: Feres Lourenço Khoury
  



capa: Feres Lourenço Khoury

voltar ao acervo








EDITORIAL  
TEXTOS  
Freud não acordou interesse específico à questão do trabalho.O trabalho de produção (seja de produção de bens como de serviços) repousa, portanto, sobre processos psíquicos muito interessantes no que diz respeito à economia psíquica e à saúde mental. Paradoxalmente, o termo Arbeit foi muito utilizado por Freud para dar conta tanto do trabalho do sonho (Traumarbeit) assim como do trabalho de luto (Trauerarbeit) ou, ainda, da perlaboração (Durcharbeitung). Mas trata-se do trabalho psíquico de si sobre si mesmo, sem referência ao trabalho de produção (Poièsis). Quais são as relações entre o Arbeit freudiano e a Poièsis no sentido da clínica e da psicodinâmica do trabalho? É este o objeto central deste artigo.
ABSTRACT
Freud did not attach specific interest to the question of work. However, production work (both for the production of goods and for the production of services) is based on very interesting psychic processes regarding the psychic economy and mental health. Paradoxically, the term Arbeit was widely used by Freud to think both the dream work (Traumarbeit) as well as the mourning work (Trauerarbeit) or the working-through (Durcharbeitung). But it is the psychic work of oneself about oneself, without reference to the work of production (Poièsis). What are the relations between the Freudian Arbeit and the Poièsis in the clinical and psychodynamic sense of the work? This is the central object of this article.
 
O artigo trabalha os efeitos da chamada “intromissão da natureza” na subjetividade contemporânea sob a perspectiva do pensamento psicanalítico, através dos conceitos de pulsão anarquista e identificação sobrevivente. Aproximando o mundo atual das experiências-limite e dos acontecimentos totalitários, vemos o trabalho da Kulturarbeit agindo no campo pulsional.
ABSTRACT
transgenerational transmission, anarchist drive, survival identification, nature and culture, anthropocene, Kulturarbeit.
 
O presente artigo trata dos entrelaçamentos do singular e do social na escuta analítica. Somos seres constituídos a partir do laço com o outro e levar em conta as dimensões sociais e políticas no nosso trabalho é fundamental. Temos visto uma efervescência de projetos clínicos psicanalíticos em diferentes territórios que podem nos ajudar a repensar nossa ética e prática analítica.
ABSTRACT
This article explores the intertwining of the singular and social aspects, present in analytical listening. As humans, we are made of our bonds with others, and it is essential that we take the socio-political aspects of these bonds into account. We are seeing an increase in the number of clinical psychoanalytical projects in a variety of territories that can help us rethink our ethical and analytical practices
 
Neste artigo, o leitor encontrará um relato analítico sobre a experiência de trabalho clínico com bebês e seus cuidadores, em um grupo aberto para todos, inserido na Rede de Atenção Primária em Saúde, do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa prática motivou reflexões a respeito do acontecer psíquico nos primórdios da vida. Nesta clínica, vimos emergir a relação com o outro e os destinos das moções pulsionais em curso, ambos em movimentos interligados.
ABSTRACT
?In this article, we will present an analytical report regarding the experience of a clinical work with babies and their caretakers in an open group that was available for users of SUS (Brazilian Public System of Health). This practice has provided important insights about the psychic functioning in the origins of life. In this clinic we saw the establishment of the relationship with the other, as well as the destination of the ongoing drive motions, both in interconnected movements.
 
O artigo explora as figuras do tempo presentes em uma sessão de análise. O díptico enquadre externo e enquadre interno do analista funciona como analisador do processo analítico e da presença da associatividade na clínica online e na presencial. Elementos da música como ritmo, espaço e tempo são usados como metáfora dos processos que ocorrem em uma sessão de análise.
ABSTRACT
This article explores the images of time present in a psychoanalytical session. The diptych external-internal setting functions as an analyzer of the analytical process and the presence of associativity in the online or presential clinic. Musical elements such as rhythm, space and time are used to think metaphorically in the processes that occur in the analytical session.
 
O objetivo deste artigo é examinar o romance Desonra, de J.M. Coetzee, sob a luz de algumas noções freudianas sobre a experiência melancólica. Nessa abordagem da psicanálise ao texto literário destaca-se a função do sentimento de culpa e o peculiar investimento no objeto feito pelo eu nas experiências de perda, aspectos que se relacionam ao drama do personagem central do romance e que enriquecem as possibilidades de compreensão do fenômeno clínico da melancolia.
ABSTRACT
The purpose of this article is to examine J.M. Coetzee’s novel Disgrace using Freudian notions about the melancholic experience. This psychoanalytical approach to the literary text highlights the function of guilt feelings as well as the peculiar investment the ego makes in the object. These two aspects are related to the drama of the novel’s main character, and their interpretation enriches the possibilities of understanding the clinical phenomenon of melancholy.
 
Fruto de estudos sobre as relações entre arte, psicanálise e política, este trabalho olha e escuta rastros da violência de Estado apresentada na exposição O mar que atravessamos (2014), de Fernando Vilela. Visa a uma memória ativa do tempo presente ao revisitar a insurgência dos processos criadores de uma experiência pública simbolizante da história do Brasil dos anos 1970.
ABSTRACT
The result of studies on the relationship between art, psychoanalysis and politics, this work looks and listens to traces of State violence presented in the exhibition O mar que atravessamos (2014) [The sea we have crossed], by Fernando Vilela. It aims at an active memory of the present time by revisiting the insurgency of processes that created a public experience symbolizing the history of Brazil in the 1970s.
 
El artículo plantea que para que el pasado de la última dictadura sea pasado, para que aquel horror sea pasado, se requiere repensar hoy sobre la presencia del presente de este pasado y nuestras respuestas frente ante ello. Analiza en la construcción de la Memoria contextualizando nuestra historia, así cómo la construcción social de la historia, la amnesia y los usos del olvido desde el Genocidio fundacional de América hasta la historia traumática reciente argentina, y los habituales hechos violentos hoy en día.
ABSTRACT
The article states that, in order to make the past of the last dictatorship past, for that horror to be past, it is necessary today to rethink about the presence of the present of this past, and our responses to it. It analyzes the construction of Memory, contextualizing our history, and the social construction of history, the amnesia and uses of oblivion, from the founding Genocide of America to the recent traumatic history of Argentina, and contemporary violent events.
 
 


ENTREVISTA  
Entrevista com Eduardo Viveiros de Castro
Colaboração Marcelo Hotimsky
ABSTRACT
Interview with Eduardo Viveiros de Castro
Collaboration Marcelo Hotimsky
 
DEBATE  
Realização?Camila Junqueira, Cristiane Abud Curi, Gisela Haddad, Ivy Semiguem, Thiago Majolo e Vera Zimmermann
 
DEBATE CLÍNICO  
LEITURAS  
Resenha de Ruth Blay Levisky; Maria Luiza Dias; David Leo Levisky (orgs.), Dicionário de psicanálise de casal e Família, São Paulo, Blucher, 2021, 604 p.
 
Resenha de Luciana Saddi; Maria de Lurdes S. Zemel (orgs.), Maconha?– Os diversos aspectos, da história ao uso, São Paulo, Edgard Blucher, 2021, 182 p.
 
Resenha de Sérgio Telles; Beatriz M. Coroa; Paula Peron (orgs.), Debates clínicos, v. 2, São Paulo, Blucher, 2021, 168 p.
 
Resenha de Roosevelt Moises Smeke Cassorla, Estudos sobre suicídio, psicanálise e saúde mental, São Paulo, Blucher, 2021, 191 p.
 
Resenha de Jean Laplanche, Sexual: a sexualidade ampliada no sentido freudiano 2000-2006, Porto Alegre, Dublinense, 2015, 288 p.
 
Resenha de Tatiana Inglez-Mazzarella, Histórias recobridoras: Quando o vivido não se transforma em experiência. São Paulo: Blucher, 2021, 289 p.
 
Resenha de Sylvia Salles Godoy de Sousa Soares, Revivescências, São Paulo, Pasavento, 2021, 160 ps.
 
Resenha de M.E.C. Pereira, A erótica do sono. Ensaios psicanalíticos sobre a insônia e o gozo de dormir, São Paulo: Aller, 2021, 208 p.
 
 
 

     
Percurso é uma revista semestral de psicanálise, editada em São Paulo pelo Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae desde 1988.
 
Sociedade Civil Percurso
Tel: (11) 3081-4851
assinepercurso@uol.com.br
© Copyright 2011
Todos os direitos reservados