EDIÇÃO

 

TÍTULO DE ARTIGO


 

AUTOR


ÍNDICE TEMÁTICO 
65
Como habitamos esse comum?
ano XXXII - Dezembro de 2020
158 páginas
capa: Nuno Ramos
  



capa: Nuno Ramos

voltar ao acervo








EDITORIAL  
TEXTOS  
Tradução Roberto Oliveira

Um dos vetores terapêuticos do psicodrama psicanalítico reside no encontro de vários profissionais em uma experiência clínica partilhada em grupo com um único paciente. Este artigo mostra como o grupo de psicodramatistas consegue metabolizar os elementos transferenciais que surgem, modelando posteriormente o envolvimento dos participantes na brincadeira improvisada, dando espaço para os conteúdos não representados ou não vividos.
ABSTRACT
One of the therapeutic vectors of psychoanalytic psychodrama lies in the meeting of several clinicians within a clinical experience shared in a group with a single patient. This article shows how the group of psychodramatists come to metabolize the transferential elements that are deployed there, subsequently shaping the engagement of its participants in the improvised play, making a place for unrepresented or unrealized content.
 
El presente artículo se refiere a los desafíos que hoy se le presentan a una clínica institucional tanto en el campo del análisis, como de la intervención. En esta época de pandemia la angustia, el pánico y la incertidumbre se manifiestan en nuestro cotidiano institucional y nos implica a todos en un común.
Revisitar hoy las relaciones entre el psicoanálisis y el análisis institucional es también una ocasión para plantear la necesidad de una teoría del inconsciente que se haga cargo del sentido que hoy tiene nuestra práctica psicoterapéutica, individual, grupal y comunitaria.

ABSTRACT
This article presents the challenges that we are facing today in clinical work from an institutional perspective, both in the area of analysis and in the area of intervention. In our current times, when pandemia has stricken our societies very hard, anguish, panic attacks and uncertainty affect us all because they are a part of our institutions. Revisiting the relationships between psychoanalysis and institutional analysis is today a need and it can provide us an opportunity to expand on our theory of the unconscious in such a way that our professional practice with groups, organizations, the community and individuals is strengthened.
 
O presente artigo intenta sustentar a aposta na dimensão transdisciplinar da clínica. Para tanto, é necessário que os limites tradicionais deste campo sejam atravessados por outras forças?– que, aqui, serão a política, a estética e a ética. Para tanto, defende-se uma perspectiva ontológica da imanência, na qual o gesto cartográfico aparece como indicação metodológica fundamental.
ABSTRACT
This article presents the focus on the transdisciplinary dimension of the clinic. For that, it is necessary that the traditional limits of this field are crossed by other forces?– which, here, will be politics, aesthetics and ethics. Therefore, an ontological perspective of immanence is defended, in which the cartographic gesture appears as a fundamental methodological indication.
 
As rodas de conversa do coletivo Escuta Sedes se constituíram e efetivaram como resistência à política de privatização e individualização dos sofrimentos induzidos pela violência sociopolítica do Estado, agravada no período pré-eleitoral de 2018. A construção do espaço clínico grupal roda de conversa promoveu a elaboração daqueles sofrimentos por meio da intervenção psicanalítica apoiada na política do desamparo.
ABSTRACT
The conversation circles of Escuta Sedes collective were set up and made effective as an act of resistance against the policy of privatization and individualization of the sufferings induced by the State’s socio-political violence, intensified in the pre-electoral period of 2018. Fostering an environment for the conversation circles clinical group allowed for working through those sufferings through psychoanalytic intervention supported by the concept of helplessness.
 
O projeto Santinho foi criado com o objetivo de promover, por meio da escuta psicanalítica, um dispositivo de ritualização da despedida dos mortos pela COVID-19. O projeto está orientado por três diretrizes: a perspectiva do luto como um trabalho clínico, partindo da tradição psicanalítica freudiana do trabalho do sonho como protótipo do trabalho psíquico e formação do símbolo; o luto como um trabalho que é também político, em função do caráter indissociável entre sua dimensão psíquica e coletiva; e, por fim, o luto como um trabalho estético, na medida em que são também indissociáveis a experiência estética e a formação simbólica.
ABSTRACT
The Santinho project was created with the aim of promoting, through psychoanalytic listening, a device for ritualizing the farewell of the dead by COVID-19. The project is guided by three guidelines: the perspective of mourning as a clinical work, starting from the Freudian psychoanalytic tradition of dream work as a prototype of psychic work and symbol formation; mourning as a work that is also political, due to the inseparable character between its psychic and collective dimension; and, finally, mourning as an aesthetic work, to the extent that aesthetic experience and symbolic formation are also inseparable.
 
Neste artigo, utilizo-me da experiência clínica com grupos de pacientes (pouco integrados psiquicamente), tendo a subjetividade como evento corporalmente encarnado sempre às voltas com um Outro ambiental, físico, linguístico, e que explora o entorno como um terreno de possibilidades para ações e experiências. O sujeito torna-se possível pela tensão criada em si mesmo, através da realização de projetos parciais destinados a integrar-se num conjunto denominado projeto de vida, operação sempre paradoxal por ser ao mesmo tempo necessária e impossível porque toda a realização é destruição da figura do projeto.
ABSTRACT
In this article, I use the clinical experience with groups of patients (little psychically integrated), having subjectivity as a bodily event always involved with an Other environmental, physical, linguistic, which explores the environment as a terrain of possibilities for actions and experiences. The subject is made possible by the tension created in itself, through the realization of partial projects destined to be integrated in a set called life project, an always paradoxical operation because it is both necessary and impossible because all achievement is destruction of the figure from the project.
 
Uma conversação em torno de psicanálise e cultura em tempos de banalidades e silenciamentos parte da transmutação da palavra democracia, que insiste em fazer nome a partir dos insultos. Em testemunho da experiência clínico-política vivida durante a pandemia de COVID-19, o escrito elabora figuras imaginativas da máscara, da janela e da casca para a transmissão do vírus do inconsciente.
ABSTRACT
A conversation around psychoanalysis and culture in times of banalities and silencing starts from the transmutation of the word democracy, which insists on making a name out of insults. In witness of the clinical-political experience lived during the COVID-19 pandemic, this writing works through imaginative figures of the mask, the window and the bark for the transmission of the virus of the unconscious.
 
 


ENTREVISTA  
Realização?Ana Claudia Patitucci, Bela M. Sister, Cristina Parada Franch, Clélia Prestes, Danielle Melanie Breyton, Deborah Joan de Cardoso, Silvio Hotimsky e Tatiana Inglez-Mazzarella
Entrevistadora convidada?Clélia Prestes
 
DEBATE  
Realização?Camila Junqueira, Cristiane Abud Curi, Gisela Haddad, Ivy Semiguem; Thiago Majolo e Vera Zimmermann
 
DEBATE CLÍNICO  
Comentários de Maria José de Andrade Sousa
Renato Trachtenberg
 
LEITURAS  
Resenha de Lucila de Jesus, Ponte, São Paulo, Patuá, 2018, 87 p.
 
Resenha de Maria Cristina Kupfer, Arthur?– um autista no século XIX, São Paulo, Escuta, 2020, 268 p.
 
Resenha de Fórum do Campo Lacaniano?– MS (org.), Psicanálise e pandemia, São Paulo, Aller, 2020, 208 p.
 
Resenha de Violaine de Montclos,
Seu paciente favorito, 17 histórias extraordinárias de psicanalistas, São Paulo, Perspectiva, 2020, 142 p., tradução de
Marise Levy Wahrhaftig.
 
Resenha de Vladimir Safatle, Maneiras
de transformar mundos: Lacan, política
e emancipação, Belo Horizonte, Autêntica, 2020, 176 p.
 
Resenha de Marion Minerbo, A posteriori, um percurso, São Paulo, Blucher, 2020,
320 p.
 
 
 

     
Percurso é uma revista semestral de psicanálise, editada em São Paulo pelo Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae desde 1988.
 
Sociedade Civil Percurso
Tel: (11) 3081-4851
assinepercurso@uol.com.br
© Copyright 2011
Todos os direitos reservados