capa: Sek
voltar ao acervo
|
EDITORIAL | | TEXTOS | No inconsciente, o infantil e o intelectual se articulam estreitamente com o feminino. Este obstáculo se interpõe entre o adulto e a criança e na relação que homens e mulheres estabelecem com a razão. O trabalho com o real expressivo do mundo afetivo ganha forma a partir de um conto e de algumas vinhetas clínicas. Questionando o tempo cronológico, o evento estético passa a ser paradigma no trabalho clínico. A dimensão estética em psicanálise remete à constituição do sujeito pelo destino de suas pulsões. Ela se caracteriza por uma "experiência de fragmentação", que põe em evidência a angústia e o desamparo conaturais ao ser humano. Maria, 19 anos, queixa-se de tédio e sentimento de vazio. Na experiência com ela, a analista vê refletida sua própria adolescência: "a palavra do paciente pode funcionar como interpretação do recalcado do analista" Fédida). O que a literatura permite descobrir é por vezes análogo ao que, mais laboriosamente, a teoria constrói. Freud e Schnitzler, Lacan e Duras... territórios que se imbricam, deslumbrando o psicanalista/leitor. Por que Freud postula uma pulsão de morte? Por razões pessoais, ou por motivos mais relevantes? Aqui, uma leitura que destaca a presença latente dessa idéia bem antes do seu aparecimento oficial. Os pesadelos, que permitem estudar a censura no aparelho psíquico, levaram a reconhecer a importância dos ideais éticos e estéticos na formação do sonho e no desenvolvimento da angústia. Aceitar que a violência possa ser naturalizada é uma tentativa de diluir o terror que ela provoca, de se submeter aos seus efeitos, e de não se implicar com as possibilidades, mesmo pequenas, de sua transformação. A morte que emerge dos atendimentos a paciente com aids toca o âmago do desamparo do psicoterapeuta. Mas, se o medo da morte encontrar uma representação, poderá proporcionar tolerância ao par paciente/terapeuta. No exercício da clínica, nos deparamos atualmente com dificuldades e questões diferentes das que Freud enfrentou. Este artigo discute algumas delas, a partir da experiência do autor e das teorizações de Sándor Ferenczi. | |
|
ENTREVISTA | O nome de Marcelo Viñar vem sendo conhecido no Brasil por todos aqueles que se preocupam com a relação entre psicanálise e contexto sócio-político... | DEBATE | O ato de escrever e dar a conhecer o trabalho clínico inaugura-se com a própria invenção da psicanálise, encontrando em Freud um praticante disposto a submeter à comunidade psicanalítica suas descobertas e hipóteses... | LEITURAS | Resenha de "Entre Moisés e Freud: tratados de origens e desilusão do destino" - Daniel Delouya. Via Lettera, 2000. 156 p. Resenha de "O espectro de Narciso na modernidade - de Freud a Adorno" - Mônica do Amaral. São Paulo, Estação Liberdade, 1997. 191 p. Resenha de "Perversão" - Flávio Carvalho Ferraz. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2000. 89 p. Resenha de "Mal-estar na atualidade" - Joel Birman. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1999. 300 p. Resenha de "Psicossomática: de Hipócrates à Psicanálise" - Rubens Marcelo Volich. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2000. 183 p. Resenha de "O problema da identificação em Freud. Recalcamento da identificação feminina primária." - Paulo de Carvalho Ribeiro. São Paulo, Escuta, 2000. 315 p. Resenha de "Metamorfoses do mal" - Yudith Rosenbaum. São Paulo, Edups-Fapesp, 1999. 184 p. Resenha de "Psicanálise e colonização: leituras do sintoma social no Brasil" - Edson Luiz André de Souza (org.). Porto Alegre, Artes e Ofícios, 1999. 299 p. Resenha de "Dor" - Manoel Tosta Berlinck. São Paulo, Escuta, 1999. 117 p. | |
|