capa: Vera Montagna
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EDITORIAL | | TEXTOS | As situações de realidade atravessadas pelo analisando durante o tratamento podem ser consideradas como fenômenos e objetos transicionais. Isto obriga o analista a refletir sobre seu lugar na transferência. Como consegue o fetiche ser, ao mesmo tempo, recusa e reconhecimento da falta de pênis materno? A construção deste "objeto" tão concreto e no entanto evanescente dribla a falta, de maneira singular. Qual é, neste final de século, o lugar da Psicanálise? Que articulações são possíveis entre o seu desenvolvimento, o seu declínio, e as transformações históricas e culturais de nossa época? Com a contribuição de Lacan ao problema do desamparo, pode-se pensar o pânico e o tratamento psicanalítico como duas possibilidades distintas do sujeito se situar frente à falta de garantias definitivas imposta pela linguagem. Tempo reduzido e leito de hospital não são limitativos para a manifestação do inconsciente. Afinal, o inconsciente é que detém o conhecimento e "quem sabe faz a hora, não espera acontecer". O que se considera modernamente como psicossomática teve uma ata de fundação, inscrita duas décadas antes do que a maioria dos autores considera como sua data de nascimento. A psicanálise se preocupa muito com a sexualidade feminina. Mas o que se pode dizer sobre a sua contrapartida masculina? Aqui, algumas hipóteses e duas ilustrações tiradas da etnologia. Como Winnicott entendia sua relação com Freud e com sua obra? Um texto contra as concepções que cindem Winnicott do campo freudiano, e a favor de uma noção epistemológica mais precisa da relação entre criação e tradição em psicanálise. Quais as possibilidades, e as limitações, do atendimento aos pacientes somatizadores através da psicoterapia de grupo? Aqui, uma experiência de tipo psicodinâmico. Diz-se que na síndrome do pânico não existe causa alguma que detone a crise. Entretanto, numa escuta minuciosa, começam a se tornar visíveis as cadeias associativas que encobrem/revelam a situação de origem. | |
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ENTREVISTA | | LEITURAS | Resenha de "Freud: um ciclo de leituras" - Silvia Leonor Alonso e Ana Maria Leal. São Paulo, Escuta/Fapesp, 1997. 280p. Resenha de "Além dos limites da interpretação - indagações sobre a técnica psicanalítica" - Myriam Uchitel. São Paulo, Casa do Psicólogo, 1997. 160p. Resenha de "Jardim de arabescos: uma leitura das Mil e Uma Noites" - Daisy Wajnberg. Rio de Janeiro, Imago, 1997. 204 p. Resenha de "A louca e o santo" - Catherine Clément e Sudhir Kakar. Rio de Janeiro, Relume-Dumará, 1997. 272p. Resenha de "Uma pulsão espetacular" - Mauro Pergaminik Meiches. São Paulo, Escuta/Fapesp, 1997. 256p. Resenha de "Os tempos de Freud" - Jô Gondar. Rio de Janeiro, Ed. Revinter, 1995. 139p. Resenha de "Psicanálise do quotidiano" - Fabio Herrmann. Porto Alegre, Artes Médicas, 1997. 248p. Resenha de "Sob o olhar de Goethe" in PERCURSO, ano VIII, n.16, São Paulo, 1996, p.12-23;
"Goethe e Freud" - Henrique Honigsztejn, in M. Perestrello (org.), "A formação cultural de Freud", Rio de Janeiro, Imago, 1996, p.239-259;
"Mefistófeles no divã" - Sérgio Paulo Rouanet, in N. Pellanda & L. Pellanda (org.), "Psicanálise hoje: uma revolução no olhar", Petrópolis, Vozes, 1996, p.535-556. No dia 25 de outubro, realizou-se o encontro entre autores e leitores parar a discussão dos artigos do n. 18 de PERCURSO. O texto a seguir é o que foi elaborado para a abertura do debate. | |
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