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58
Interfaces da clínica
ano XXIX - Junho 2017
160 páginas
capa: Lília Malheiros
  
 

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 EDITORIAL

Editorial

Letter from the editors

Voltar às origens e percorrer a história do nosso ofício é sempre prazeroso. Este número traz a história das relações entre a Psicanálise e a Psiquiatria considerada do ponto de vista de um profissional que exerce os dois ofícios correspondentes: traz ângulos e personagens pouco conhecidos entre nós, indicando questões políticas envolvidas na aproximação ou oposição das duas áreas de conhecimento no decorrer do tempo. Considera as diferentes edições dos dsm e seus efeitos sobre a clínica.

O trabalho terapêutico nas instituições ganha formas sofisticadas e complexas no esforço de dar conta da "desmedida psíquica" (expressão usada pelo nosso entrevistado) e, mais que isso, tentando assegurar saídas dignas. Os temas da desospitalização, do atendimento grupal e de pacientes com quadros psicopatológicos graves comparecem neste número como experiências, poderíamos dizer, no limite da atividade clínica. Escuta polifônica e interpretações não clássicas são termos usados no esforço teórico de pensar estratégias de atendimento. Dada a exigência de esforço e envolvimento necessários afirma-se uma frente de ação relevante: o cuidado ao próprio psicanalista para além da sua análise pessoal. É possível que o tripé que orienta o trabalho do analista venha adquirindo, nos últimos tempos, outras dimensões. Análise pessoal, supervisão e estudo teórico têm se desdobrado na importância da transmissão do trabalho de cada um, e mais consistentemente, o cuidado institucional para com o analista. Acreditamos que os grupos de trabalho no Departamento, para além do estudo e discussão clínica, venham, de alguma forma, cumprir com essa necessidade como espaço de formação continuada.

O "Projeto para uma Psicologia Científica" e o texto das "Afasias" são tomados nesse número pela seção Debate, para pensar sobre o lugar da sensorialidade na formação do aparelho psíquico. Questão cara a Freud, o ponto é considerado também no artigo sobre a noção de "atividade tradutiva" de Laplanche, onde, depois de uma discussão minuciosa e instigante, soma-se uma visão neurológica dos mecanismos que estariam envolvidos nesta atividade. Noções estudadas por Freud e Laplanche são reconsiderados à luz dos achados recentes das investigações no campo da neurologia.

"A literatura é o sonho acordado das civilizações". Frase de Otto Rank citado por Antônio Cândido no seu texto sobre Literatura e Sociedade quando, convidado para falar sobre Direitos Humanos, propõe ser a literatura, aqui entendida entre aquelas produções de toque poético, ficcional ou dramático, tão necessária quanto o pão e o leite. Equilíbrio social, diz, é impossível sem literatura, e poderíamos estender, sem arte. Fica aqui nossa pequena homenagem a Antônio Cândido.

E assim seguimos em direção às relações entre Arte e Psicanálise, tratadas em um dos artigos como meio privilegiado para alcançarmos a dor, a dor do outro e abordadas por dois resenhistas que apontam o uso da teoria na leitura da obra e funções próprias da arte como fazendo parte do tratamento.

Questões ligadas ao feminino e a diversas complexidades a ele relacionadas são consideradas de modo extenso e intenso neste número.

Os desafios das intervenções terapêuticas na psicose podem ser acompanhados em duas resenhas: a primeira sobre o método clínico e suas exigências, a segunda sobre o Acompanhamento Terapêutico.
Ainda em outro artigo, um estudioso de Winnicott trata da relevância de sua colaboração à psicanálise nas questões ligadas à infância, e ainda uma discussão sobre a função do psicanalista na instituição hospitalar.

Chaim Katz apresenta o caso em Debates Clínicos e dois outros psicanalistas comentam.

Quando este número de Percurso já havia sido encaminhado para arte final, recebemos a notícia do falecimento de Silvana Rabello, amiga e colega que contribuiu significativamente para o debate da clínica com crianças - entre pares e junto a outros profissionais de saúde. Aqui publicamos o texto da sua apresentação no v Congresso Internacional de Psicopatologia Fundamental (Fortaleza) no ano de 2012.

Boa leitura a todos.

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Percurso é uma revista semestral de psicanálise, editada em São Paulo pelo Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae desde 1988.
 
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