EDIÇÃO

 

TÍTULO DE ARTIGO


 

AUTOR


ÍNDICE TEMÁTICO 
49/50
André Green
ano XXV - Junho 2013
216 páginas
capa: Serge Poliakoff
  



(1906-1969)

Litografia. Acervo Família Green

capa: Serge Poliakoff

voltar ao acervo








EDITORIAL  
TEXTOS  
Neste artigo, André Green retoma as grandes linhas da teoria kleiniana e enumera as principais críticas dirigidas a ela. Destaca o espaço exagerado que Klein atribuiu à destrutividade em sua prática, e o pouco interesse dela pelos estados narcísicos, em função de uma extrema valorização das relações de objeto. Contudo, reconhece a importância capital de Klein no movimento psicanalítico. De fato, em resposta ao trabalho dela, surgiram conceitualizações inovadoras e vigorosas, em particular as de W. R. Bion e D. W. Winnicott. [Este texto foi extraído de Pouquoi les pulsions de destrutions ou de mort (Paris, Éditions Ithaque, 2010, p.?71-78), livro que Green considerava como um dos seus trabalhos mais importantes.]
ABSTRACT
In this article, André Green reviews the major axes of Kleinian theory, and enumerates the major criticisms it has elicited. For his part, he highlights the exaggerated space Klein accorded to destructivity in her practice, and notes its litte import with respect to narcissistic states, as a consequence of an extreme valorization of object relations. Green nevertheless recognizes Klein’s capital importance within the psychoanalytic movement. In effect, as a response to her work, innovative and vigorous conceptualizations came to light, specifically by W. R. Bion and D. W. Winnicott. (This text is an extract from Pourquoi les pulsions de destructions ou de mort, Paris, Éditions Ithaque, 2010, a book which Green considered to be one of his most important works.)
 
Nesta breve comunicação, Green resume suas ideias definitivas sobre a pulsão de morte. Afirma claramente sua importância na vida psíquica, e enumera alguns pontos nos quais discorda da formulação freudiana original quanto a essa pulsão.
ABSTRACT
In this short communication, Green summarizes his final views on the death instinct. He states clearly its importance in psychical life, and enumerates some poits on which his ideas differ from Freud's original conception of this drive.
 
Discurso pronunciado em 27 de janeiro de 2012, no Cemitério do Père Lachaise (Paris), durante a cerimônia de adeus a André Green.
ABSTRACT
Enlogy delivered on Jan. 27, 2012, at the Père Lachaise Cemetery (Paris), as a part of the farewell ceremony for André Green.
 
Escrevi estas linhas quando a morte de André novamente me colocou face a face com a perda de um ente querido. Mas desta vez foi diferente, pois o desaparecimento dele me fez também confrontar o meu próprio declínio e a perda dos meus investimentos mais importantes: amor, trabalho, projetos. Estas linhas são uma reflexão sobre este momento de guinada na vida, uma tentativa de lutar, por meio do pensamento, contra o desinvestimento mortífero.
ABSTRACT
I wrote these lines when the death of André Green made me face the loss of a dear one. This time, however, with a difference: his departure led me to realize my own ageing, and the loss of my most important investiments: love, work, projects. this writing is a reflection on a tun=rning point in life, an attempt to fight, through the activity of thinking, against a deathly disinvestment.
 
Neste curto e comovente relato, Christopher Bollas presta homenagem a André Green. Afetuosamente, recorda a longa amizade que compartilharam e relembra algumas etapas do diálogo entre Green e os colegas americanos, identificando no grande psicanalista uma das maiores figuras da psicanálise contemporânea, ao lado de W. R. Bion e D. Winnicott.
ABSTRACT
In this short, moving text, C. Bollas pays hommage to André Green. He warmly reminisces on their long friendship, and mentions some interesting exchanges between him and American analysts. For him, Green is one of the greatest among contemporary psychoanalysts, on the same level as Bion an Winnicott.
 
O objetivo do artigo é apresentar a contribuição de Green para a psicanálise do fronteiriço. Partindo de uma retomada do tema na história da psicanálise, são discutidos os dois elementos principais propostos por Green para caracterizar o campo do fronteiriço – a dissociação e o vazio de sentido –, e é colocado em destaque o eixo histórico-conceitual subjacente ao trabalho de Green, que vai de Freud a Winnicott.
ABSTRACT
This paper presents Green’s contribution to the understanding of borderline states. Starting with a brief overview of the subject in the history of Psychoanalysis, it examines the two basic elements that according to Green are essential to them: dissociation, and an emptiness (or absence) of sense. The author also stresses the historical/conceptual axis underlying Green’s work on the subject, which goes from Freud to Winnicott.
 
O texto apresenta algumas das principais ideias de A. Green (trabalho do negativo, tipos de representação, psicose branca) e as vincula ao que ele aprendeu com Winnicott e com Bion. Também insere a obra greeniana no contexto da Psicanálise francesa durante a segunda metade do século XX.
ABSTRACT
This paper presents some of Green’s main contribution (work of the negative, types of representation, white psychosis) and links them to what he learned from Winnicott and from Bion. It also situates his work in the context of French Psychoanalysis during his lifetime.
 
Este trabalho busca esclarecer as raízes da noção de trabalho do negativo no pensamento de André Green a partir dos pacientes sujeitos a angústias de aniquilação, invasão, abandono e separação, e de sua leitura de Freud, Lacan, Bion e Winnicott. A intuição do trabalho do negativo na obra de Winnicott, O brincar e a realidade, e o seminário sobre o negativo que ministrou aos psicanalistas em formação na década de 1980 foram fontes importantes para a pesquisa.
ABSTRACT
This paper situates the origins of Green’s concept of the work of the negative in the anxieties of annihilation, abandonment and separation presented by some patients, and also in his reading of Freud, Lacan, Bion an Winnicott. The intention of a “work of the negative” in Winnicott’s Playing and reality, and the seminar on the negative given by Green at the French Institute in the 1980’s, were important sources for the research that led to the elaboration of this paper.
 
O negativo e sua constituição são contemplados no pensamento de André Green, assim como os impasses e falhas na sua construção. Esses acarretam vários modos e diferentes graus do negativismo (segundo afirma Freud em 1925) ou algo que se pode denominar como o negativo do negativo. Além de circunscrevê-las na obra de Green, duas vinhetas clínicas são trazidas como ilustração.
ABSTRACT
The work of André Green gives full attention to the negative: its constitution, its dead ends, its failures. The latter are at the root of several degrees and modes of negativism (according to Freud’s paper “On negation”, 1925). This is what Green names “the negative of the negative”. The present paper focuses on this part of his work, and illustrates it with two clinical vignettes.
 
Para André Green, no início há a pulsão e o afeto, e o corpo antes da mente. Alguns entre nós, artistas em potencial, são movidos pela necessidade imperativa de criar para fazer surgir uma presença que, embora imaginária e virtual, irá compensar a dor da ausência. Este modelo é evidentemente valioso e de interesse para o tratamento.
ABSTRACT
For André Green, in the beginning, there are drives and affects and body comes before mind. Some among us, potential artists, are moved by the imperative need to create in order to bring forth a presence, which, while imaginary and virtual, will nevertheless counteract the pain of absence. This model is evidently valuable and useful for clinical practice.
 
As noções de desligamento e de trabalho do negativo, marcas fundamentais do pensamento de André Green, estão presentes no modo como o psicanalista descreve a sublimação e a experiência estética. A constituição desses processos na subjetivação, os limites do criável e as forças da pulsão de morte na sublimação são trabalhados neste artigo a partir das contribuições do psicanalista.
ABSTRACT
The concepts of unlinking and work of negative, central to Green’s throught, guide his description of sublimation and of aesthetic experience. This paper focuses on the ways through which both take form in one’s subjectivity. It also dwells on Green’s ideas about “the limits of what is creable”, and on the part of sublimation fueled the death instinct.
 
Tendo começado com o ensino da teoria de Jacques Lacan aos analistas em formação da Sociedade Psicanalítica de Paris, Green veio a divergir dele, opor-se a ele e, finalmente, aceitar elementos de suas teses e inovar, criando seu próprio pensamento. Neste percurso, Green parte da alucinação negativa da mãe e formula o fantasma da mãe morta, frequentemente ligado a uma morte real na família.
ABSTRACT
Green starts his journey as a teacher of Jacques Lacan’s thesis to analysts of the Paris psychoanalytical society. Then, he abandons Lacan, opposes him and, finally, accept elements of his theory. He innovates and creates his own domain of thought. Through this journey, Green starts with negative hallucination of the mother and formulates his thesis on the phantasm of the dead mother, often related to real deaths in the family.
 
Este trabalho se dedica a pesquisar as vicissitudes da clínica dos pacientes-limite a partir de duas narrativas clínicas desenvolvidas por André Green: A mãe morta e A analidade primária. Estes dois textos tratam de processos analíticos em situação-limite, nos quais a possibilidade de elaboração da contratransferência do analista torna-se elemento determinante para dar representabilidade à conflitualidade presente no campo analítico e conferir sentido à experiência afetiva vivida pelo paciente
ABSTRACT
Taking at its starting point two clinical narratives by A. Green (in “The dead mother”and “Primary anality”), this paper explores the vicissitudes of analytic practice with borderline patients. With them, the analyst can use elaborations of his countertransference as a means to promote representations for the conflicts appearing in the treatment, and also as a means to infuse sense in the affective experience of the patient.
 
Urribarri percorre neste texto a história das contribuições de André Green à questão da linguagem na psicanálise. Dessa perspectiva, ele destaca três momentos principais na obra do autor. De início, em um período “lacaniano” (anos 1960), Green estuda a linguagem e a simbolização no horizonte intelectual delineado pelas teses de Lacan. Segue-se a fase “pós-lacaniana” (anos 1970-1980), fase crítica, na qual ele examina os impasses reducionistas do lacanismo, contesta a exclusão do afeto e conceitua a especificidade da linguagem na e para a psicanálise. Chega, por fim, à “etapa contemporânea” (anos 1990, até 2010): a linguagem é elucidada “no seio da teoria generalizada da representação” em articulação com as teorias da terceiridade e do trabalho do negativo, e seu papel é redefinido no centro dos processos de criação e de destruição do sentido.
ABSTRACT
Urribarri traces here the history of André Green’s contributions to the problem of language in psychoanalysis. From this perspective, he distinguishes three principal moments in the author’s lifework. First, in his Lacanian period (1960s), Green studies language and symbolism within the intellectual horizon sketched out by Lacan’s propositions. Next comes the post-Lacanian phase (1970s-80s), a critical phase during which he examines the reductionist stalemates of Lacanianism, contests the exclusion of the affect, and conceptualizes the specificity of language in and for psychoanalysis. Finally, we arrive at the contemporary period (1990s-2010): language is explicated “within a generalized theory of representation”, in accordance with Green’s theories of the thirdness and of the work of the negative, where the role of language is redefined as being at the core of the processes of the creation and destruction of meaning.
 
As posições de André Green acerca da pesquisa clínica em psicanálise são o objeto deste trabalho. Green é apresentado como um intransigente defensor da psicanálise clínica e da modalidade de pesquisa que lhe é própria, em oposição ao que se convencionou chamar de “pesquisa empírica”.
ABSTRACT
This paper discusses André Green’s ideas about what “clinical research” is and is not. He was a firm defender of clinical Psychoanalysis and of its specific mode of research, and differentiated it quite sharply from what is usually considered as “empirical research”.
 
Este trabalho apresenta a importância da obra de André Green para o desenvolvimento da psicanálise contemporânea. É considerado central para esse desenvolvimento o seu esforço para a renovação e valorização da teorização psicanalítica por meio de uma criativa articulação da metapsicologia freudiana com a obra de autores como Bion, Winnicott e Lacan. Ao lado disso, destaca-se a concepção final de Green sobre os elementos constitutivos dos sucessos e dos fracassos da clínica psicanalítica.
ABSTRACT
This paper reflects on the importance of Green’s work in contemporary Psychoanalysis. The author feels that one of his main contributions for it is his effort to renovate theorization through very creative links between Freud and some of his sucessors, such as Bion, Winnicott and Lacan. Another important aspect of Green’s thought is his final conception of the elements leading to sucess and to failure in psychoanalytic treatments.
 
 


ENTREVISTA  
DEBATE  
LEITURAS  
Resenha de Luiz Roberto Salinas Fortes, Retrato calado, São Paulo, Cosac Naify, 2012, 136 p.
 
Resenha de Renato Tardivo, Porvir que vem antes de tudo – literatura e cinema em Lavoura arcaica, Cotia,
Ateliê Editorial/Fapesp, 2012, 144 p.
 
Resenha de Mauro Mendes Dias, Os ódios: clínica e política do psicanalista, São Paulo, Iluminuras, 2012, 141 p.
 
Resenha de Ana Carolina Soliva Soria,
Do indivíduo à cultura: um estudo sobre Freud. Jundiaí, Paco Editorial, 2012, 143 p.
 
Resenha de Talya Saadia Candi, O duplo limite: o aparelho psíquico de André Green, São Paulo, Escuta, 2010, 341 p.
 
 
 

     
Percurso é uma revista semestral de psicanálise, editada em São Paulo pelo Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae desde 1988.
 
Sociedade Civil Percurso
Tel: (11) 3081-4851
assinepercurso@uol.com.br
© Copyright 2011
Todos os direitos reservados