EDIÇÃO

 

TÍTULO DE ARTIGO


 

AUTOR


ÍNDICE TEMÁTICO 
39
A psicanálise e o mal-estar contemporâneo
ano XX - dezembro de 2007
192 páginas
capa: Marilia Kranz
  



Marilia Kranz.
Gritos.
Óleo sobre tela, 90 x 90 cm, 2004
www.mariliakranz.com
capa: Marilia Kranz

voltar ao acervo








EDITORIAL  
TEXTOS  
O artigo aborda a práxis do psicólogo na política de atenção integral à criança e ao adolescente no contexto dos abrigos, articulando o referencial psicanalítico à legislação vigente sobre o tema. Tece considerações acerca da importância das funções parentais na constituição subjetiva e sua suplência pelo Estado e cuidadores quando impossibilitadas no contexto familiar, refl etindo sobre os efeitos da aplicação da medida protetiva na estruturação psíquica das crianças e adolescentes abrigados.
ABSTRACT
This paper deals with the psychologist’s praxis in policies of integral attention concerning children and adolescent shelter homes by articulating psychoanalytic references and current legislation about this subject. The article considers the importance of parental functions on the subjective constitution and on their replacement due to family care failure, refl ecting about the effects of application of protective measures on the psychical structure of sheltered children and adolescents.
 
Este artigo examina a passagem de Freud 17 da técnica da hipnose à da associação livre no nascimento da psicanálise, sustentando a tese de que seu percurso seria repetido na prática clínica cotidiana – na qual o analista fi ca desafi ado a encontrar as portas de saída para os impasses da hipnose, re-inaugurando a cada sessão o caminho freudiano, numa experiência de gênese. Nesta reinauguração, o analisando trabalha diversas vezes favorecendo o analista, ajudando-o a encontrar seu lugar de linguagem, muitas vezes perdido, muitas vezes reencontrado. A interrogação que norteia nosso raciocínio poderia ser assim resumida: “quem hipnotiza quem?”.
ABSTRACT
This paper examines Freud’s path from the hypnosis technique to the free association. The author argues that his way is repeated in today’s consulting rooms, in which the analyst is challenged to fi nd exits for impasses of hypnosis, re-inaugurating the freudian route in each session. In this re-opening, the patient often helps the analyst, fi nding his place in language, lost and found many times. The essential question may be summarized thus: who hypnotizes whom?
 
O artigo aborda a dimensão visual do sonhar na sua relação com as artes visuais. Parte-se do paralelismo entre sonho e cinema como formas de “pensamento por imagens” e discute-se seu estatuto mágico e primitivo, utilizando-se a noção winnicottiana de ilusão para tratar dos paradoxos em questão. Critica-se, por fi m, a idéia de que o caráter alucinatório do sonho implica uma “arte visual privada”, já que o sujeito sonhador está em uma comunicação sutil com o outro e com o campo da cultura.
ABSTRACT
The paper approaches the visual dimension of dreaming in its relationship with visual arts. A sort of “thought through images” permits a parallel between dream and cinema; its magical and primitive statute is discussed, and its paradoxes deal with Winnicott’s notion of illusion. Finally, it criticizes the idea that dream hallucinatory character leads to a “private visual art”, since dreamers are in a subtle communication with others and with the fi eld of culture.
 
Neste texto, apresento o ambiente eletrônico como um lugar possível de encontro na contemporaneidade. A partir do recurso a seu principal componente, a música eletrônica, analiso as mudanças de mentalidade decorrentes de seu desenvolvimento e, com isso, aponto o modo paradoxal pelo qual a tecnologia se insere na constituição subjetiva. Em suas vertentes de ratifi cação do isolamento corrente e propiciadora de encontros mediados, a ‘cena’ eletrônica surge como lugar de subjetivação a ser considerado pela pesquisa psicanalítica.
ABSTRACT
This paper presents the electronic environment as a place of encounters within our contemporary times. Its main component is the electronic pop music (techno, mainly). Changes in the mentalities due to its development are here analysed, as well as the paradoxical ways through wich technology intrudes into the subjective constitution. Both as a confi rmation of the present tendency to isolation and as a contribution to the mediation of encounters, the electronic ‘scene’ as a place to constitute subjectivities should be attentively investigated using psychoanalytic concepts.
 
Este artigo resulta de uma pesquisa acerca do estatuto psíquico do olfato. A questão originou- se através do atendimento de duas pacientes, no Programa de Atendimento e Estudos de Somatização do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP/ EPM, cuja queixa central eram dores no corpo despertadas por determinados cheiros. Dessa pesquisa clínica nasceu a questão: podemos falar em pulsão olfativa?
ABSTRACT
This article results from a research of the psychological meaning of olfaction. Two patients seen in the Program of Somatization Studies of the Department of Psychiatry at the Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina were allergic to certain smells. It could be shown that the pains they presented were determined by psychogenic factors. Conceptual elaboration of these cases led to an intriguing question: can we speak of an “olfactory drive”?
 
Este trabalho faz um recorte da observação de bebê, focando os aspectos emocionais despertados nas observadoras, tais como: sentimento de abandono, rejeição, angústia de separação, desamparo e frag mentação. Discute-se o impacto emocional da observação de bebê também na dupla mãe-bebê.
ABSTRACT
This paper describes the emotional impact, on four observers, of baby observation using the Esther Bick method and discussed in group supervision. It also presents the impact and relevance of this practice to the development of the observer’s analytical function as well as to the observed, capacity to contain and their maternal function. It focuses on the emotional aspects felt by the observers such as: feeling of abandonment, rejection, separation anxiety and fragmentation. The impact of the observation on the relationship between mother and baby is also discussed.
 
O texto parte de uma exposição da fotógrafa americana Nan Goldin – “Eu serei seu espelho” – apresentada no Whitney Museu de Arte Americana (Nova York) em 1996. Nele são abordadas questões sobre a fotografi a, a sua relação com a morte, a beleza e o efêmero. São levantadas hipóteses da fotografi a como alegoria, fetiche e relíquia.
ABSTRACT
Drawing from Nan Goldin[s photographic exhibition, I will be your mirror, featured at the New York Whitney Museum of American Art in 1996, the paper approaches different aspects of photography, its relation with death, beauty and the ephemeral. The author raises hypotheses about the role of photography as allegory, fetish and relic.
 
Este trabalho, exposto à Comissão de Admissão do Departamento de Psicanálise do Ins tituto Sedes Sapientiae em 2006, focaliza a problemática da permanência e da mudança no registro das identifi cações. Baseado nas idéias de Piera Aulagnier, mostra – por meio do relato detalhado de um longo percurso analítico – de que modo o mergulho na própria história contribui para o remanejamento das identifi cações e para a aquisição de uma maior liberdade interior.
ABSTRACT
This paper was presented to the Admission Committee of the Department of Psychoanalysis of the Instituto Sedes Sapientiae. It focuses on the problem of permanence and change as related to identifi cations. Using Piera Aulagnier´s ideas, it delves into a case history and shows how a plunge into one´s history can contribute to a reshuffl ing of identifi cations and to the acquisition of greater inner freedom.
 
A autenticidade em Heidegger propõe questão central para a Filosofi a. O que é mais próprio, o que os antigos denominavam de essência, eidos, o que determina e obriga o Pensamento. Na psicanálise freudiana, que abriga o imediato e o sensível do afetivo, a autenticidade acolhe o movimento paradoxal e múltiplo das pulsões em seu regime inconsciente. Observemos e aprendamos o que a fi cção pode nos ensinar de modo criativo e que nos obriga a reelaborar a teoria.
ABSTRACT
The thinking about authenticity of Heidegger brings about a vital questioning for philosophy. The Eidos, called by the ancients the essence, determines and imposes the thinking. In the Freudian psychoanalysis, which harbor the immediate and the sensitive of the affective, the authenticity welcomes the paradoxical and multiple pulsion (drive) movement in its unconscious regime. We shall observe and learn what fi ction, elaborated by Freud in a creative mode, may lead and teach us to reformulate the psychoanalytical theory
 
Partindo de um diálogo com o livro Freud, pensador da cultura, de Renato Mezan, este artigo aborda a constituição do ego e as instâncias ideais no interior da teoria freudiana. A partir das mudanças culturais ocorridas nos últimos 50 anos, faz considerações sobre os efeitos produzidos pela fragilização do lugar do pai na cultura e das transformações nas relações ego ideal e ideal do ego, introduzidas pela lógica do consumo.
ABSTRACT
This article has as reference Renato Mezan´s book Freud, thinker of culture. It deals with the constitution of the ego and the ideal instances in the Freudian theory. The cultural changes of the last 50 years are the basis for an elaboration on the fragility of the father´s place in our culture and the transformations that took place in the relations of ideal ego and ideal of the ego, vis a vis the logic of the mass consumption.
 
 


ENTREVISTA  
DEBATE  
As contribuições de Mara Caffé, Paulina S. Rocha e Mario Eduardo C. Pereira refletem o impacto da comunicação virtual no contato analista-paciente e, ao nosso ver, as suas indagações corajosas acenam para desdobramentos futuros surpreendentes.
 
LEITURAS  
Resenha de Gláucia Dunley, A festa tecnológica – o trágico e a crítica da cultura informacional contemporânea. São Paulo/Rio de Janeiro, Escuta/Fundação Oswaldo Cruz, 2005, 224 p.
 
Resenha de Tales A. M. Ab’Sáber, O sonhar restaurado, 1. ed., São Paulo, Ed.34, 2005, 318 p.
 
Resenha de Néstor Braustein, Gozo, São Paulo, Escuta, 2007, 336p.
 
Resenha de Maria Helena Fernandes, Transtornos alimentares, São Paulo, Casa do Psicólogo, 2006, 303p.
 
Resenha de João A. Frayze-Pereira, Arte, dor – inquietudes entre estética e psicanálise, São Paulo, 2006, 404 p.
 
Resenha de Flávio Carvalho Ferraz, Rubens Volich e Wagner Ranña (org.), Psicossoma III Interfaces da Psicossomática, São Paulo, Casa do Psicólogo, 2003, 464 p.
 
Resenha de Mireille Dottin-Orsini, A mulher que eles chamavam de fatal: textos e imagens da misoginia fi n-de- siécle, Rio de Janeiro, Rocco, 1996, 371p.
 
 
 

     
Percurso é uma revista semestral de psicanálise, editada em São Paulo pelo Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae desde 1988.
 
Sociedade Civil Percurso
Tel: (11) 3081-4851
assinepercurso@uol.com.br
© Copyright 2011
Todos os direitos reservados